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  • Carla Zambelli É Suspeita De Ter Pagado Hacker Com Dinheiro Público


  • Contrato mostra que dinheiro público possa ter sido utilizado para pagar o hacker que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Um contrato do gabinete da deputada federal Carla Zambelli, do partido PL, com uma empresa trouxe suspeitas de que dinheiro público possa ter sido utilizado para pagar o hacker que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Jean Hernani Guimarães Vilela é secretário parlamentar do gabinete da deputada desde maio e foi um dos alvos da operação realizada pela Polícia Federal que investiga a invasão aos sistemas da Justiça.

Segundo a PF, Jean foi responsável por um dos pagamentos ao hacker Walter Delgatti, que confessou ter inserido informações falsas no sistema do CNJ em janeiro de 2023. A investigação aponta que Carla Zambelli pode ter contratado Delgatti com esse objetivo.

Após a operação, a deputada negou ter usado dinheiro público da cota parlamentar para pagar o hacker, afirmando que os pagamentos foram destinados ao cuidado de seu site.

No entanto, dados da transparência da Câmara mostram que entre outubro de 2022 e abril de 2023, ela pagou um total de R$ 94 mil a uma empresa de divulgação parlamentar.

Essa empresa tem como única dona Monica Romina Santos de Sousa, esposa de Jean - o assessor que fez um dos repasses ao hacker.

Hacker contratado por Zambelli — Foto: Reprodução

A empresa recebeu sete pagamentos mensais de R$ 9 mil cada, com um repasse adicional de R$ 31 mil em dezembro, um mês antes da invasão ao sistema do CNJ.

O hacker Delgatti forneceu extratos à PF mostrando que recebeu R$ 13,5 mil de Carla Zambelli nos meses anteriores e posteriores à invasão, e afirmou que um desses pagamentos foi feito por Jean.

O assessor da deputada foi ouvido pela Polícia Federal e afirmou, por telefone, que pagou Delgatti com dinheiro pessoal, negando que a deputada tenha utilizado a cota parlamentar para esse fim.

Carla Zambelli reiterou que nunca fez nenhum pagamento ao hacker com dinheiro da cota parlamentar, e o assessor também afirmou que a empresa de sua esposa cumpriu todos os serviços para os quais foi contratada.